UFPE – Infectologista do HC alerta que as manifestações de rua em tempos de Covid-19 exigem cuidados

Médico Danylo Palmeira disse que o distanciamento social é uma das armas mais eficazes para conter a transmissão da doença

As manifestações de rua em tempos de pandemia de Covid-19 têm gerado grande preocupação em virtude do alto poder de disseminação do novo coronavírus. As aglomerações deixam o contato mais próximo entre as pessoas, o que pode aumentar o número de casos da doença nas cidades do mundo inteiro onde têm ocorrido as manifestações. O HC está tratando pacientes com a Covid-19 e é unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Profissionais de saúde pedem manutenção do distanciamento social

A ciência já demonstrou que uma das armas mais eficazes para conter a transmissão da doença é o distanciamento social (recomenda-se a distância de 1,5m a 2m entre as pessoas), além do uso de máscara e higienização constante das mãos. “Nas manifestações coletivas há aglomeração e fica difícil manter a distância recomendada. Existem pessoas assintomáticas (sem sintomas) e as pré-sintomáticas, que podem transmitir a doença a pessoas próximas”, explica o infectologista Danylo Palmeira, chefe do Setor de Gestão da Qualidade Vigilância em Saúde do HC, em participação no Especial Coronavírus, veiculado na Rádio Universitária FM.

Caso a pessoa esteja decidida a participar das manifestações coletivas é preciso tomar todos os cuidados para a preservação da sua saúde e daquelas mais próximas. “Entendemos que os motivos que levam os indivíduos a se manifestar coletivamente são nobres, são valores, são lutas baseadas em suas ideologias, mas é preciso saber que há riscos nesse momento. É muito importante tomar todos os cuidados individuais: manter as mãos higienizadas com solução alcoólica, usar máscara e manter a distância para as outras pessoas. Tanto a saúde individual quanto a coletiva deve ser priorizada”, salienta Danylo Palmeira.

A Covid-19 evolui para as formas mais graves em pessoas que compõem o grupo de risco. Por isso, elas precisam ampliar os cuidados. “Idosos, obesos e portadores de doenças crônicas devem evitar o risco de aglomerações. Os jovens que convivem com indivíduos do grupo de risco também devem tomar muito cuidado, pois podem adoecer de forma leve e transmitir o vírus no ambiente domiciliar”, afirma o infectologista.

Várias pesquisas em busca da vacina e de medicações estão sendo realizadas no mundo em diversos estágios, mas nenhum ainda foi aprovado e comprovado cientificamente. “Assim que tivermos uma solução coletiva, teremos mais segurança para a realização de eventos coletivos”, conclui Danylo Palmeira.