UTFPR – Pesquisadora integra grupo da Nasa para estudar ventos solares

Ela faz parte do grupo que analisa informações da Sonda Parker Solar Probe

Sonda Parker Solar Probe (Foto: NASA – Johns_Hopkins_APL_Steve_Gribben)

Estudar o comportamento dos ventos solares na atmosfera da Terra faz parte dos estudos da pesquisadora do Campus Ponta Grossa, Marcela Scoczynski. Ela foi selecionada para participar do programa da Nasa, o qual propõe desafios para que pesquisadores ao redor do mundo ajudem a analisar e identificar. A professora faz parte do grupo multi-disciplinar que está estudando as informações da Sonda Parker Solar Probe.

“Em 2018, a NASA lançou a Parke Solar Probe com o objetivo de estudar a nossa estrela mais de perto, coletando dados importantes. No final de abril, por exemplo, a espaçonave “tocou” a atmosfera mais externa do Sol e quebrou seu próprio recorde de distância e velocidade. Assim, com estes dados, é possível analisar a influência e dos ventos solares na atmosfera da Terra’, explica Marcela.

Segundo a pesquisadora, a ideia é aplicar inteligência artificial para resolver diversos desafios. “Minha colaboração no projeto está relacionada com a implementação de técnicas computacionais capazes de analisar estes dados provenientes da Parker Solar Probe e criar mecanismos de identificação das principais características do vento solar, a fim de analisar seu potencial impacto na Terra, bem com contribuir para o estudo da origem do Universo”.

Dentre as influências que os ventos solares apresentam na atmosfera, conforme explica a professora, estão a radiação – altamente prejudicial à vida dos astronautas; danos em satélites e espaçonaves; impactos na rede de energia elétrica, de GPS e em sistemas de navegação.

O projeto terá a duração de nove semanas e é conduzido pelo Frontier Development Lab (FDL), NASA e o Instituto de pesquisa norte-americano SETI Institute. Reúne cientistas, astrofísicos, parceiros comerciais (como Google Cloud, IBM, Intel e NVIDIA) e pesquisadores de várias instituições como a Southwest Research Institute (EUA), a Universidade da Califórnia (EUA), a Universidade de Vienna (Áustria) e a Universidade de Oxford (Reino Unido).

A professora conta que aceitou participar do desafio pelo grande impacto científico que isto pode representar para a sociedade. “Principalmente para o desenvolvimento da pesquisa na área da Inteligência Artificial no país, e também por poder elevar a ciência brasileira aos mesmos patamares de instituições internacionais”, completa Marcella.

Parker Solar Probe
Projetada, construída e operada pelo Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins (APL), em Maryland (EUA), a Parker Solar Probe completou quase uma dezena de encontro solares, quebrando seus próprios recordes de velocidade e proximidade com o sol.

Segundo informações da NASA, os artigos mais recentes incluem análise de dados que demonstram ziguezagues magnéticos descobertos pela primeira vez, o papel das ondas no aquecimento do plasma solar, o momento angular solar, o ambiente de poeira próximo ao Sol e a diversidade de eventos de pequenas partículas energéticas.