UFRN integra Rede Potiguar de Fomento à Internacionalização

Rede aglutina ações do estado para alcançar setor produtivo no exterior

 Projeto visa dar mais visibilidade ao ecossistema de inovação do RN – Foto: FIERN

O Rio Grande do Norte passa a contar, a partir deste ano, com um importante aliado no processo de internacionalização do setor produtivo e acadêmico. Trata-se da Rede Potiguar de Fomento à Internacionalização (InternacionalizaRN), uma iniciativa conjunta da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Portugal, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Sebrae no Rio Grande do Norte, da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), do Governo do Estado, da Prefeitura do Natal e da Rede Potiguar de Incubadoras e Parques Tecnológicos (Repin).

A associação em rede é uma estratégia para alcance do mercado do exterior, com a atuação em bloco, contribuindo para estimular e preparar o empresariado local para a expansão do mercado, bem como fazer negócios com outros países, diversificando o risco da operação e tornando as empresas mais competitivas. Para o coordenador do InternacionalizaRN, Anderson Paiva Cruz, a iniciativa vem na esteira do fato de que o ecossistema de inovação do RN precisa ser mais conhecido para ampliar, fora do Brasil, a percepção de que podemos ser potenciais parceiros para cooperações comerciais e em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e que, além disso, um maior volume de empresas e startups potiguares precisa conhecer o processo da internacionalização para internalizar os benefícios desse caminho.

“Nesse diapasão, o nosso ecossistema tem ampla formação e um alto nível de capital intelectual que já vem realizando cooperações, nacionais e internacionais, de pesquisa e inovação nessas áreas estratégicas. Há infraestruturas para desenvolver e testar as inovações, e há benefícios fiscais e programas de capacitação e de investimentos relacionados à inovação tecnológica.

 Anderson Cruz, coordenador do InternacionalizaRN – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

Neste contexto, a rede também mantém conexões com serviços externos que propiciam tanto a entrada de empresas estrangeiras no território potiguar quanto a internacionalização de empresas locais. Em particular, o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX|RN) e o Parque Metrópole da UFRN têm tido um papel fundamental nessa integração, uma vez que eles induzem o estreitamento entre os atores de todas as dimensões do ecossistema. Por fim, entre os diferenciais do nosso território, temos ainda o clima, que favorece a prática de atividades econômicas plurais, e a posição geográfica, que favorece uma logística privilegiada em relação às capitais do nordeste e aos continentes africano e norte-americano”, pontuou Anderson.

Ele acrescentou ainda que as instituições acadêmicas públicas e aquelas voltadas ao mercado, junto com o governo e representações de comunidades, formam uma rede fortemente articulada capaz de estabelecer conexões e superar desafios rapidamente. Um exemplo de ação da Rede foi o Summit Internacional de Inovação, realizado neste mês e coordenado pelo Sebrae/RN, cujo objetivo foi reunir grandes nomes da inovação do Brasil e, a partir daí, explanar sobre ferramentas para fomentar a entrada de startups no mercado europeu. “Foi uma singular oportunidade de recebermos convidados de outros países da Europa e se conectar cada vez mais, identificando melhores práticas, no intuito de colocar o RN num mapa da inovação”, pontuou o Gerente de Inovação e Negócios do Sebrae RN, David Góis.

Essa sinergia e cooperação foram aspectos que Rodrigo Romão, diretor do Parque Metrópole e da Rede Potiguar de Incubadoras e Parques Tecnológicos (Repin), pontuou como primordiais, tendo como parâmetro iniciativas globais bem-sucedidas que, na maioria das vezes, são resultado da soma de esforços dos governos, universidades, setores produtivos e envolvimento da população. Para Romão, as instituições potiguares têm trabalhado em conjunto para definir e promover os potenciais econômicos do estado.

 O InternacionalizaRN é uma iniciativa conjunta da Câmara de Comércio Brasil-Portugal, UFRN, Sebrae/RN, Fiern, Governo do Estado, Prefeitura do Natal e Repin – Foto: FIERN

“Um deles é a Tecnologia da Informação (TI), que é um segmento de mercado de escala global, que demonstrou solidez e grande resiliência no atual cenário de pandemia. A aposta do estado em TI demonstra uma estratégia alinhada às tendências globais, afinal, trata-se de uma área transversal, multi e interdisciplinar”, defende.

O que o diretor do Parque Metrópole e da Repin identifica entrelaça-se diretamente aos objetivos da InternacionalizaRN, cujo viés de divulgar as potencialidades econômicas do RN está na perspectiva de contribuir para internacionalizar o setor produtivo e tecnológico do RN, fomentar o pensamento global dos empreendedores quanto aos seus negócios e reforçar conceitos importantes como Cidades Inteligentes e Cidades Resilientes e, assim, dar visibilidade a ações de Pesquisa, Tecnologia e Inovação tecnológica, bem como, por tabela, aos pesquisadores, articuladores e empreendedores.

Um projeto em gestação, com a participação da tríplice hélice da inovação – academia, governo e setor produtivo, exemplifica –, é o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX | RN), projeto pensado desde 2019 para empresas, incubadoras e aceleradoras de negócios localizado na Região Metropolitana de Natal, na cidade de Macaíba. O Parque terá uma área de 50 hectares, um prédio de 15 mil metros quadrados e vocação inicial nas áreas de energias, reabilitação em saúde e tecnologia de informação.

 A associação em rede é uma estratégia para alcance do mercado do exterior – Foto: FIERN

“As mais de dez instituições que confluíram para a ideia encaram o PAX como uma ampliação e qualificação do ecossistema de inovação da nossa região. No âmbito desse projeto, tem sido possível compartilhar espaços remotos de capacitação, trocas de experiências internacionais, conhecimento a respeito de estratégias com outras entidades que apoiam ou fomentam os ecossistemas de inovação”, explicou ngela Maria Paiva Cruz, coordenadora na UFRN do PAX. A gestora também identifica que as cooperações em áreas complementares serão associadas ao Parque como células de inovação descentralizadas, de acordo com as vocações econômicas e tecnológicas, “com ênfase no acompanhamento das tendências globais”. Ainda segundo Anderson Cruz, a ideia que atravessa o projeto é que os investimentos gerem efeitos para além do próprio segmento econômico, contribuindo para o desenvolvimento próprio e de outras potencialidades econômicas do Rio Grande do Norte.