UFMG desenvolve nanomaterial que auxilia no tratamento do câncer cerebral

Dispositivo, que libera medicamentos no exato local do tumor, é resultado de tese premiada pela Capes e tema do episódio mais recente do programa ‘Aqui tem ciência’.

Isadora Cota Carvalho: tecnologia facilita entrada dos medicamentos na célula. (Foto de acervo pessoal)

Se uma linha de um metro de comprimento for dividida em um bilhão de partes iguais, cada uma vai medir um nanômetro. É nessa dimensão que atua a nanotecnologia, área responsável por desenvolver e manipular materiais em escala ínfima, os chamados nanomateriais. Pesquisa de doutorado defendida na UFMG, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas, resultou no desenvolvimento de nanomaterial destinado a reforçar o tratamento contra o câncer cerebral. O trabalho foi indicado como um dos melhores da edição 2021 do Prêmio Capes de Tese, na área de Engenharias.

Autora da pesquisa, Isadora Cota Carvalho foi entrevistada no episódio 105 do Aqui tem ciência, programa da Rádio UFMG Educativa. Seu estudo resultou em um nanomaterial com duas funções: liberar medicamentos no exato local do tumor e atuar como agente de bioimagem, capaz de iluminar a região atingida e possibilitar sua visualização por meio de um microscópio.

A pesquisadora explica as etapas do trabalho, cujos desafios incluíram fazer o nanomaterial entrar especificamente em células doentes, tumorais, sem alcançar células saudáveis. Segundo ela, os resultados indicaram a eficiência e a segurança do minúsculo mecanismo. No programa, Isadora Cota Carvalho também explica por que esse dispositivo ainda não deve ser disponibilizado ao público.

Raio-x da pesquisa

Tese: Design e desenvolvimento de nanoconjugados multifuncionais baseados em pontos quânticos Ag-In-S@carboximetilcelulose como biomarcadores fluorescentes e nanocarreadores para células de câncer cerebral

O que é: tese de doutorado que propôs criar um nanomaterial destinado a combater o câncer cerebral. O dispositivo foi adaptado para transportar dois medicamentos com ação anticâncer: KLA e doxorrubicina. Em testes in vitro realizados na pesquisa, o mecanismo conseguiu atacar com precisão células tumorais e, ao mesmo tempo, atuar como agente de bioimagem, ao iluminar com fluorescência a região atingida.

Pesquisadora: Isadora Cota Carvalho

Programa de Pós-graduação: Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas

Orientador: Herman Sander Mansur

Ano da defesa: 2020

Financiamento: Capes, CNPq e Fapemig

O episódio 105 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.