UFRN pesquisa sobre doenças causadas pelas mudanças climáticas

Doenças clima-dependentes e meteorotrópicas são aquelas causadas por mudanças climáticas, elas atingem especialmente indivíduos que sofrem com problemas respiratórios. As alterações de temperatura e clima, específicas de determinada região, acabam sendo as principais causadoras desses males.

A pesquisa Clima-Urbano & Conforto Térmico Humano e sobre Doenças Vetoriais Clima-Dependentes, realizada pelo professor Paulo Sérgio Lúcio, do Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas (DCAC) da UFRN, é esclarecedora acerca das doenças clima-dependentes, com foco nas doenças vetoriais, as quais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são responsáveis por mais de 17% das doenças infecciosas em todo o mundo.

As doenças vetoriais mais comuns são dengue, chikungunya e malária, causadas quando um transmissor, neste caso o mosquito, acaba levando, quando vai se alimentar, organismos parasitas de um animal ou de um humano a outro. Os principais riscos dos vetores estão na sua capacidade de transmissão em larga escala e na impossibilidade de localizar o inseto transmissor, para o combate à doença.

A pesquisa do professor se pauta, principalmente, no desenvolvimento de algoritmos que modelam ou simulam o risco de transmissão dessas doenças, baseando a reação enzimática do Aedes aegypti e Aedes albopictus, que são dependentes de variáveis atmosféricas como a temperatura e a umidade relativa do ar.

As doenças causadas por vetores estão intimamente relacionadas com as mudanças climáticas em determinada região. Com a possibilidade de monitorar e controlar essas alterações e seus efeitos, é possível diminuir a propagação de enfermidades. Alguns transmissores, como os artrópodes, precisam de ambientes úmidos, então sua propagação aumenta em épocas chuvosas. Já no caso das doenças transmitidas por mosquitos, essas ocorrem em períodos mais quentes.

Em relação à doenças meteorotrópicas, Paulo Sérgio define como aquelas relacionadas diretamente às condições meteorológicas. “São as doenças cardiovasculares e respiratórias. E isto se agrava com a interação poluente-atmosfera”. A principal forma de combate a essas doenças é a preservação do meio ambiente e o aumento dos cuidados na época de maior propagação dos transmissores.