UFMS – Projeto de extensão democratiza acesso de pessoas com deficiência ao esporte

Criado em 2017, o projeto Incluir pelo Esporte traz para o ambiente acadêmico a prática esportiva para pessoas com deficiência. Com oferta de diferentes modalidades para diferentes categorias de comprometimento motor, o programa democratiza o acesso ao esporte, promove melhora na qualidade de vida e, também, contribui na formação e integração de estudantes de Educação Física participantes do projeto.

Idealizado a partir da carência de ações voltadas ao esporte para a pessoa com deficiência, o projeto Incluir pelo Esporte foi concebido pela professora da Faculdade de Educação (Faed) e atualmente coordenadora da ação, Marina Brasiliano Salerno. “Nós fizemos visitas para conhecer modalidades esportivas, o que era oferecido aqui em Campo Grande, houve o contato com técnicas e técnicos do esporte envolvendo pessoas com deficiência e essas pessoas também solicitaram a utilização de espaço da UFMS”, explica.

No início, o Incluir pelo Esporte era dividido em diferentes projetos de extensão para cada modalidade ofertada na UFMS com as instituições parceiras. Com a consolidação das ações, o projeto foi unificado. Hoje, o programa oferece as modalidades de atletismo paralímpico – para pessoas com deficiência visual e física – e bocha paralímpica – para pessoas com deficiência física e paralisia cerebral – ministradas pela professora Marli Cassoli da Associação Driblando as Diferenças, e a natação paralímpica – para pessoas com deficiência física, visual e intelectual – ministrada pela professora Maristela Gaúna, juntamente com as equipes da Fundesporte. Os treinos são realizados nos espaços esportivos da Cidade Universitária, como a esplanada do Estádio Morenão e o Complexo Aquático.

A ação, a princípio, contava com paratletas que já treinavam as modalidades e a partir da divulgação por parte do curso de Educação Física da UFMS e das instituições parceiras, o Incluir pelo Esporte passou a receber também pessoas com o interesse em praticar um esporte apenas pelo lazer. “O para desporto tem classificações, nem todo mundo pode competir, mas o projeto Incluir pelo Esporte ele abarca as pessoas que também não se enquadram nas classes funcionais”, aponta a coordenadora.

Além de garantir o acesso da população com deficiência ao esporte e lazer de qualidade, o projeto também evidencia os benefícios de ações de extensão que aproximem os estudantes da Universidade com a comunidade externa. “O apoio dos estudantes é fundamental para auxiliar no treinamento, na iniciação esportiva. Mais pessoas trabalhando dentro de um projeto significa maior formação, maior interação com os atletas, apoio com o desenvolvimento dos treinamentos”, salienta.

A professora conta que alguns acadêmicos que entram no projeto com bolsa acabam continuando como voluntários, e outros se profissionalizam na prática esportiva para pessoas com deficiência. “Dessa parceria nós temos dois discentes, uma já formada e outro que está se formando que se tornaram árbitros de bocha paralímpica. Esse vínculo com o projeto permitiu ir para as competições e permitiu realizar esse curso de arbitragem”, conta.

Bolsistas e voluntários da ação já apresentaram trabalhos no Integra UFMS, o maior evento de Ciência, Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo do estado e dois trabalhos já foram premiados a partir da apresentação de elementos do Incluir pelo Esporte. Dessa maneira, o projeto assegura a efetivação do tripé da universidade pública: ensino, pesquisa e extensão. “Esse é um espaço de materialização do conhecimento e da prática docente”, completa.

Texto e fotos: Maurício Aguiar