UFG oferece primeira pós em combate a incêndios florestais

Os incêndios florestais podem ter consequências catastróficas, como a perda da biodiversidade, a deterioração da qualidade do ar e impactos na saúde da população. A Universidade Federal de Goiás (UFG) a partir de agora vai oferecer a primeira especialização em combate a incêndios florestais. As aulas ocorrerão, de forma assíncrona, todas as terças e quintas-feiras às 19h a partir do dia 22, e seu público-alvo são servidores vinculados à segurança pública, definidos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP/GOV). O curso tem o intuito de capacitar esses profissionais, através também da utilização ampla de tecnologia para combater tais incidentes.

Durante a aula inaugural que ocorreu na quinta-feira (17/11), muito se falou sobre o curso ser realizado pelo Instituto Verbena, da Universidade Federal de Goiás (UFG), com parceria com o Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG. Também foi salientado que essa especialização é financiada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP/GOV), por meio da Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (Segen-MJSP/GOV).

As principais falas da aula inaugural se concentraram no trio composto pelo vice-coordenador do curso em Combate a Incêndios, Florestais Nilson Clementino, coronel do Corpo de Bombeiros, Eduardo Angelo Gomes da Silva, comandante do 3º Comando Operacional de Bombeiros, professor Emanuel Oliveira, que também é consultor independente na área dos fogos florestais e riscos naturais.

O professor Nilson Clementino comentou sobre como, apesar de o curso ser um desafio, é extremamente necessário pela ocorrência dos incêndios, que acontecem constantemente. Chamou a atenção para o fato de o mundo estar com seus olhos voltados para a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP 27). Trouxe também dados sobre os incêndios que ocorrem no país e em outras as partes do mundo. Para ele, o curso vem da necessidade de enfrentar o problema, trazendo principalmente a ciência para o combate ao fogo. Sobre os riscos trazidos pelos incêndios florestais, citou o combate ao fogo como uma questão de saúde pública, os prejuízos causados às propriedades rurais e o impacto direto nas mudanças climáticas

Ele chamou a atenção para os alunos, que chegam ao curso com uma carga de conhecimento prática muito grande, e têm expectativas que isso reflita em benefícios para o país. Além disso, retratou o perigo do fogo, e como a ciência pode fornecer as ferramentas para maior êxito no seu combate. Sobre dados, o docente citou pesquisas de mapeamento pelo MAP Biomas, de cicatrizes de fogo, com co-autoria da UFG. Segundo ele, é necessário muito investimento no combate ao fogo, principalmente por pessoas qualificadas. Por isso, em sua concepção, a ideia do curso é debater o tema em nível global.

Já o coronel Ângelo começou sua fala relatando que a ação humana é a principal no quesito de gerar fogo. Fez um breve histórico sobre o estado de Minas Gerais, quando em 2004 houve a aproximação dos bombeiros com a academia, frisou que a participação da sociedade civil é imprescindível no combate ao fogo e salientou sobre as consequências desastrosas dos incêndios florestais.

O professor Emanuel Oliveira foi convidado a compartilhar suas experiências na Europa. Ele iniciou uma apresentação sobre a experiência de combate aos incêndios florestais no continente. De início, apresentou as características do território, e destacou o fato de a população rural de Portugal e outros países decrescer, deixando os espaços rurais vazios e, portanto, sem cuidado, contribuindo para o aumento dos incêndios florestais. Portugal, segundo ele, é o que se destaca, sendo o mais afetado. Entretanto, há o aumento no número de áreas queimadas na Espanha entre 2008 e 2022. Enquanto em Portugal a defesa civil é quem faz o combate aos incêndios florestais, na Espanha todas as comunidades estaduais realizam esse serviço. Em sua apresentação, ele privilegiou também a exposição de como a Europa se planeja para lidar com situações relacionadas aos incêndios, tais como, multas e mapeamento via satélite.

Além dos palestrantes, também estiveram presentes no evento o pró-reitor de finanças da UFG, Robson Geraldine, a diretora executiva do Instituto Verbena, Claci Fátima, e o pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, Felipe Terra.

Por Eduardo Araújo / Secom UFG