Home Artigos Censo da Educação Superior: ferramenta estratégica para as instituições federais – Por Marcelo Santos Turine

Censo da Educação Superior: ferramenta estratégica para as instituições federais – Por Marcelo Santos Turine

0
3

Os recentes resultados do Censo da Educação Superior, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), reforçam as reflexões e as tendências sobre o contexto e as necessidades da sociedade brasileira. Os dados indicam que o investimento em Educação e Ciência é o caminho para o desenvolvimento do País, e a Universidade pública, gratuita, inclusiva e de qualidade para todo o Brasil é o nosso diferencial competitivo.

A pesquisa estatística apresentada pelo Inep revela o papel fundamental para o entendimento da educação, em todos os níveis, contribuindo para a formulação e consolidação de políticas públicas que viabilizam o acesso e a qualidade do ensino.

A pesquisa indica o crescimento da Educação a Distância nos últimos dez anos, alcançando em 2021 cerca de 4 milhões de estudantes e totalizando 41% dos estudantes dos cursos de graduação no país, além do potencial que existe para internacionalização, que representa apenas 0,2% do total de matrículas no Brasil, se concentrando sobretudo em países de língua portuguesa ou da América Latina, o que abre possibilidade para fortalecimento das Universidades, com a integração de outras realidades internacionais.

Nesses dois aspectos, a rede federal de ensino superior tem uma missão social para expandir o acesso à educação pública, gratuita, de qualidade e inclusiva, oferecendo soluções para atender às demandas originadas na sociedade contemporânea, com o avanço das tecnologias digitais e a mobilidade acadêmica, e atendimento da Meta 12, do Plano Nacional de Educação.

Em termos de um país de dimensões continentais, a liderança no processo de transformação digital, governança e internacionalização da Educação e da Ciência deve ser assumida pelas instituições federais de ensino superior, que possuem equipes altamente capacitadas para lidar com os desafios gigantescos e contribuir para o fortalecimento da formação acadêmica e profissional inclusiva de nossos jovens e adultos.

Segundo os dados levantados, as instituições públicas têm uma média de ocupação de 70% e são as que mais preenchem vagas na seleção de novos estudantes para cursos de graduação, o que se deve ao padrão de qualidade do ensino superior gratuito. As matrículas na rede federal aumentaram em mais de 30%, nos últimos dez anos, e em 2021 foram realizadas em 931 municípios brasileiros, por meio de câmpus com cursos presenciais ou de polos EaD, o que demonstra a importância da rede pública na interiorização do ensino.

Além disso, a capacitação em idiomas e tecnologias na educação, tanto para a formação básica quanto para a formação continuada do mercado de trabalho, em parceria com o MEC, associações de municípios, parcerias público-privadas, pode garantir a efetiva contribuição das instituições federais de ensino superior na qualidade das relações profissionais e na valorização do próprio profissional de educação, a articulação nacional em prol da educação básica e continuada, como estabelece a Meta 15, além de fortalecer a formação globalizada.

Em todas essas possibilidades, defendo que a participação das instituições federais de ensino superior é estratégica e fundamental para o Brasil liderar e assumir o protagonismo nesse momento de transformação da educação e da sociedade brasileira.

*Marcelo Santos Turine é reitor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Carregue mais artigos relacionados
Carregue mais em Artigos

Deixe uma resposta

Vejam também

Inep abre inscrições para avaliadores da educação superior

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) está com a…