UFFS desenvolve pesquisas com plantas de potencial retorno econômico

Dois estudantes de Agronomia atuam com bolsas de Iniciação Científica em pesquisas que podem trazer novas possibilidades de produção no campo. Sob orientação da professora Vanessa Neumann, Felipe Jantsch, da oitava fase, investiga a couve Kale, e Karolina Bressan Rheinheimer, da sexta, trabalha com pimenta ornamental.

Os dois estudantes já atuavam como voluntários no grupo de pesquisa Agromets, o qual é liderado pelo professor Andre Luiz Radunz e tem a participação de vários docentes da UFFS, além de outras instituições. A partir do edital nº 89/GR/UFFS/2022, de Fomento à Iniciação Científica, ambos os projetos foram submetidos, aprovados e obtiveram bolsas da própria UFFS.

No caso do projeto da couve Kale, Felipe ressalta que a hortaliça, considerada diferenciada, pode agregar valor e oferecer um bom retorno econômico ao produtor. Segundo ele, no projeto, ainda são limitadas as informações técnico-científicas a respeito do cultivo da couve Kale.

Então, pensando no sucesso do cultivo da hortaliça, ele e a orientadora propuseram o projeto com o objetivo geral de “avaliar o efeito de diferentes épocas de cultivo para diferentes cultivares de couve Kale, em Chapecó-SC”.

Felipe testará duas épocas de cultivo: a primeira foi em setembro, outubro e novembro de 2022; e a próxima será em fevereiro, março e abril. Ele utiliza as cultivares Arizona, Califórnia e Floribela.

Felipe determinará a altura de plantas, o número de folhas, e a área foliar. A avaliação da área foliar a área será por método não destrutivo (análise de fotos, em software específico). Ao final do período do experimento serão determinadas: massa seca de folhas e produtividade.

No projeto de Karolina também há a especificação do possível retorno econômico aos produtores de pimentas ornamentais. Segundo ela, a floricultura é uma atividade que gera muitos empregos e renda, e há espaço no mercado para a diversificação de espécies para inserção no mercado.

Ela reforça que faltam informações sobre tecnologias de manejo de certas espécies, como as pimentas ornamentais, na região Sul. Para avançar nesse sentido, a pesquisa vai avaliar o efeito de diferentes substratos e tamanhos de vasos na produção de plantas envasadas de pimenta ornamental. São utilizadas duas cultivares na pesquisa: “Pirâmide’’ (Capsicum frutescens) e “Stromboli”.

Pesquisa traz experiência

Felipe ressalta que a pesquisa faz com que o estudante tenha mais responsabilidade e desenvolva um olhar mais crítico, o que será muito importante especialmente no mercado de trabalho. “A pesquisa me trouxe noção de como implantar uma pesquisa, como, por exemplo, fazer um teste com cultivares”.

Ele aponta que na pesquisa, as plantas tiveram ataques de insetos no início. “Agora, no manejo das plantas na segunda fase de cultivo, já estou cuidando, já sei quais as alternativas. Então, pesquisar é uma forma importante de aprendizado”, avalia ele.

Karolina – que também teve imprevistos com pulgões no início do processo – concorda com Felipe, e acrescenta que a pesquisa oferece a oportunidade de aproximação da realidade da profissão. “Aprendo a lidar com situações de maneira mais rápida, identificar problemas e já aplicar possibilidades de soluções. Quem tem a vivência, tem vantagem no conhecimento”, frisa ela.

A professora Vanessa avalia que a pesquisa, de fato, contribui bastante na formação profissional. “Além do que mencionam, eles evoluíram muito na escrita, que é uma questão muito importante. Com a pesquisa, também contribuem para o grupo, geram publicações e levam o nome da UFFS nos eventos”, finaliza.