Andifes Norte debate desafios e perspectivas em encontro em Roraima

Os reitores das universidades federais da região Amazônica se reuniram nos dias 26 e 27 de abril, na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, em encontro com o tema “Desafios, fragilidades e perspectivas para a Amazônia: o papel e as contribuições das universidades federais”. Realizado no Campus Paricarana da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o evento foi organizado pela regional Norte da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e teve a participação de todas as onze universidades da região.

A programação do encontro incluiu palestras e discussões sobre temas de saúde, pós-graduação, desenvolvimento e orçamento das universidades, pautas as quais foram discutidas com representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Ministério da Saúde. No primeiro dia, o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Junior, e Nilton Pereira Junior, do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência do Ministério da Saúde, falaram sobre as perspectivas da saúde na Amazônia. Na sequência, a presidente da CAPES, Mercedes Maria da Cunha Bustamante, abordou oportunidades, desafios e soluções para a pós-graduação na região.

No segundo dia, o debate foi sobre o cenário da pesquisa, inovação e pós-graduação na região e a Saúde Digital e perspectivas do SUS na Amazônia, com o diretor do Departamento de Saúde Digital e Inovação do Ministério da Saúde, além de temas relacionados à graduação, orçamento, assistência estudantil e extensão das universidades federais na Amazônia, com o objetivo de fortalecer a atuação dessas instituições na região.

O evento se encerrou com o lançamento da Carta de Boa Vista, com propostas e soluções elaboradas a partir das discussões e debates realizados. José Geraldo Ticianeli, reitor da UFRR, destacou os principais pontos da Carta de Boa Vista, como a necessidade de um olhar diferenciado para a matriz de distribuição orçamentária e a revisão dos critérios de permanência dos estudantes no Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

“Foi um momento de focar nas potencialidades e desafios da região Amazônica, as potencialidades das universidades federais e conhecer as características e variáveis de Roraima, como a questão da tríplice fronteira, da questão indígena, sustentabilidade, meio ambiente e imigração, num processo de engrandecimento”, ressaltou Ticianelli.

Aldenize Xavier, reitora da Universidade Federal da Oeste do Pará (Ufopa), destacou os desafios na gestão de pessoas, recursos e pesquisa. “Poder detalhar nesse encontro nossas dificuldades locais, que também representam uma realidade da nossa região amazônica, é muito importante. Tratam-se de questões e aspectos importantes de serem debatidos com órgãos federais, sob esse olhar da Amazônia”, afirmou Aldenize.

Já o vice-presidente da Andifes e reitor da UFMT, Evandro Soares da Silva, salientou que a Andifes propõe um diálogo com todo o Brasil e todas as universidades para a melhoria da qualidade, não apenas do ensino, pesquisa e extensão, mas de um projeto de país. “Mas não há como ter um projeto de país sem considerar a especificidade de cada região, de cada local em seu contexto físico, cultural, geográfico. Neste sentido, é importante termos reuniões setorizadas, como essa da Andifes Norte, fazendo esse diálogo com participação da Capes, do Ministério da Saúde e de outros entes governamentais, assim como as várias instituições que compõem, não apenas a região Norte, mas a Amazônica, para que a gente possa, no nosso plano de desenvolvimento institucional, mirar na missão do desenvolvimento da região”, frisou o vice-presidente da Andifes.

Para Francisco Ribeiro da Costa, presidente da regional Norte da Andifes e reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, o encontro ocorre em um momento crucial para a região, que tem sido alvo de intensos debates internacionais em relação à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

“As universidades federais da Amazônia têm um papel fundamental nesse contexto, pois são responsáveis ​​pela formação de profissionais que irão trabalhar diretamente com essas questões. Temos uma diversidade cultural e biológica única, que deve ser valorizada e preservada. Por isso, a inserção das universidades federais nesse contexto é de extrema importância para o desenvolvimento da região”, concluiu Ribeiro.

Com Ascom UFRR, UFMA, UNIFESSPA e Capes