UFMG recebe reitores sul-americanos em seminário preparatório da CRES+5

A UFMG sediou, nos dias 4 e 5 de junho, o seminário Universidade – Sociedade – Estado: Rumo à CRES+5: Desenvolvimento social, Integração regional e o papel das universidades. Um dos eventos da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), o seminário visa à promoção de um debate sobre o papel das universidades latino-americanas, tendo como foco discussões que ocorrerão na próxima Conferência Regional de Educação Superior (CRES+5).

Organizada pelo Ministério da Educação do Brasil e pelo Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e Caribe (Iesalc), sediado em Caracas, na Venezuela, a conferência será realizada de 13 a 15 de março de 2024, em Brasília.

O presidente da Andifes, reitor Ricardo Marcelo Fonseca (UFPR), destacou que, no Brasil, o engajamento social das instituições se dá por meio da extensão universitária, que vem sendo crescentemente valorizada nos últimos anos. A partir deste ano, 10% dos currículos de graduação devem ser ocupados por atividades de extensão. “É preciso aprofundar a extensão, que é uma forma privilegiada de estabelecer uma ponte com a sociedade e convidar quem está fora a conhecer as instituições e sua atuação”, disse.

Fonseca participou da última mesa de discussão do evento, com o tema Universidade e desenvolvimento social. Coordenada pela reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura, a mesa contou também com Carlos Greco, gestor do Conselho Interuniversitário Nacional (CIN) da Argentina e reitor da Universidade Nacional de San Martín (UNSAM), Osvaldo Corrales, presidente do Consórcio de Universidades do Estado do Chile (Cuech) e reitor da Universidade de Valparaíso, e Clarito Rojas, presidente do Conselho de Educação Superior (Cones) do Paraguai.

O presidente da Andifes mencionou também a Lei de Cotas, em vigor há 11 anos, que revolucionou o panorama da educação superior, como exemplo de uma política pública bem-sucedida que levou pluralidade social, econômica e racial a cursos antes frequentados pelas elites. “As universidades públicas são hoje um espelho mais fiel da sociedade. Mas essa revolução deve ser acompanhada por políticas que garantam a permanência desses novos estudantes, que devem receber mais financiamento”.

Ainda sobre o cenário da educação superior no país, Ricardo Marcelo destacou o impacto da expansão de vagas e campi nas instituições federais de ensino superior na forma de transformação social. E enfatizou que as universidades brasileiras têm uma tarefa crucial, após anos de ataques por parte de ministros e outras autoridades: a reconquista simbólica de sua centralidade. “Devemos nos abrir cada vez mais, por meio dos esportes, da cultura e da arte, e aprender juntos a nos comunicar melhor com a sociedade. E devemos continuar sendo protagonistas na defesa da democracia, das liberdades e da cultura dos direitos”, afirmou.

Presidência da UFMG

Os eventos desta primeira semana de junho, realizados no âmbito da AUGM, ocorrem na gestão da reitora Sandra Goulart Almeida, que preside a associação. Eleita pelo Conselho de Reitores da AUGM em 2021, Sandra Goulart foi reconduzida ao cargo em julho do ano passado, para um segundo mandato de um ano, que se encerra neste mês.

Segundo Sandra Goulart, a experiência e a expertise da UFMG, que integra a AUGM desde 2003, foram fundamentais em seus dois mandatos. Uma das prioridades foi proporcionar estabilidade à AUGM após a fase mais crítica da pandemia de covid-19, a fim de minimizar os impactos desse período nas instituições. “Implementamos ações importantes, como o Observatório de Autonomia Universitária, sediado aqui na nossa Universidade, e conseguimos ampliar discussões visando à expansão da nossa rede como espaço de integração e cooperação regional”, avalia.

Liderança regional

Para Aziz Saliba, o diretor de Relações Internacionais da UFMG, os mandatos de Sandra Goulart à frente da AUGM têm sido de extrema importância para o reconhecimento da relevância da Universidade. “A escolha da professora Sandra por seus pares para conduzir a AUGM em dois mandatos demonstra sua capacidade de liderança e gestão e a própria dimensão da UFMG no contexto regional”, afirma ele.

A Associação reúne 41 universidades de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai e, na visão de Aziz Saliba, tem enorme importância para a UFMG, com destaque para os temas mobilidade, extensão, cooperação e pesquisa.

Veja a íntegra das mesas do Seminário Universidade – Sociedade – Estado, evento transmitido pelo Youtube da UFMG:

Mesa-redonda I: Rumo à CRES+5: Universidade e Políticas de Estado: https://youtube.com/live/McQN14wHa50?feature=share

Mesa-redonda II: Universidade e Sociedade: https://youtube.com/live/k-MXtQkJSx8?feature=share

Mesa-redonda III: Rumo à CRES+5: Universidade e Políticas de Estado: https://youtube.com/live/OBfgxVcGCkU?feature=share

Mesa-redonda IV: Universidade e Desenvolvimento Social: https://youtube.com/live/S6pj1h6824c?feature=share

Fonte: Ascom UFMG

Fotos: Foca Lisboa / UFMG