O Brasil celebrou oficialmente, em 28 de julho de 2025, a sua saída do Mapa da Fome da ONU, após reduzir para menos de 2,5% o risco de desnutrição crônica. Essa conquista representa a reversão de um dos mais alarmantes indicadores sociais do país e foi resultado de um conjunto de políticas públicas integradas, como o Plano Brasil Sem Fome, a ampliação de programas sociais, o fortalecimento da agricultura familiar, o combate ao desperdício e o incentivo à alimentação escolar e comunitária.
Nesse processo, as universidades federais brasileiras desempenharam um papel fundamental. Com presença nacional e crescente interiorização, as instituições contribuíram com ações de pesquisa, extensão universitária, inovação social e articulação direta com comunidades vulneráveis. Projetos de hortas comunitárias, educação alimentar e nutricional, apoio técnico à agricultura familiar, combate ao desperdício, capacitação profissional e uso de tecnologias sociais para produção e distribuição de alimentos foram algumas das iniciativas desenvolvidas em todas as regiões do país. Confira abaixo o Mapa Andifes Contra a Fome (atualizado em 2024):
A atuação das universidades federais ganhou ainda mais destaque com a definição do tema estratégico de 2024 pela Andifes: “Combate à Fome, com respeito ao Meio Ambiente”. Essa decisão, aprovada em dezembro de 2023 pelo Conselho Pleno, marcou o início da estratégia de contribuição das universidades federais ao Plano Nacional de Combate à Fome.
Como parte dessa agenda estratégica, a Andifes realizou, em fevereiro de 2024, o seminário “O papel das universidades federais no combate à fome e na produção de alimentos com sustentabilidade ambiental”, reunindo reitores, representantes do governo federal, agências de fomento e movimentos sociais. Os debates reforçaram a importância da produção científica e da atuação comunitária das universidades para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes e sustentáveis.
Em abril de 2025, a Andifes firmou uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), criando um grupo de trabalho conjunto para aprofundar o diálogo e construir ações colaborativas entre o governo federal e as universidades federais. O objetivo é fortalecer políticas públicas de combate à fome e à pobreza, contribuindo diretamente para o desenvolvimento social do país.
A adesão de diversas universidades federais brasileiras à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada durante o G20 no Brasil, marcou outro importante passo na contribuição das universidades federais nesse processo. Elas passaram a atuar no pilar de conhecimento da Aliança, responsável por produzir estudos, indicadores e análises de políticas públicas baseadas em evidências.
Desde o agravamento da crise social durante a pandemia, a Andifes tem coordenado e dado visibilidade a uma ampla rede de iniciativas das universidades federais no enfrentamento à insegurança alimentar. A campanha “Andifes contra a Fome” mobilizou instituições de todo o país em ações solidárias e estruturantes, como arrecadação de alimentos, formação de redes de apoio, cozinhas comunitárias e projetos de geração de renda. Para valorizar e divulgar essas práticas, foi criado o concurso “Universidades Federais contra a Fome”, que premiou produções audiovisuais com experiências inovadoras desenvolvidas por estudantes, docentes e técnicos, em parceria com comunidades locais.
A saída do Brasil do Mapa da Fome representa um marco histórico, mas também um ponto de partida para a consolidação de políticas públicas sustentáveis e duradouras. A Andifes reafirma o compromisso das universidades federais com a superação da fome, a redução das desigualdades e a promoção da justiça social. A universidade pública, com sua capilaridade, conhecimento científico e vínculo com a sociedade, continuará sendo parte essencial da construção de um país mais justo, solidário e sustentável.